Francisco Almeida e Sousa 1921-2018 Engenheiro, empresário, dirigente associativo e filantropo |
Francisco Nápoles Ferraz de Almeida e Sousa nasceu em Coimbra em 1921.
Realizou parte dos seus estudos universitários no Porto. Licenciou-se em Engenharia pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e em Física e Química pela Universidade de Coimbra. Em França, especializou-se em Metalurgia.
Durante a sua atividade profissional trabalhou como Engenheiro-chefe dos Serviços de Águas de Coimbra (1945-1947), foi diretor da Fábrica Vulcano & Colares, na Amadora (1948-1951), sócio-gerente da Fundição Rio Sousa, em Gondomar (1951-1968) e Assessor da Empresa Mineira de Guadramil, em Bragança. Desde 1968 até à sua jubilação, chefiou os Serviços da Hidroeléctrica do Cávado (HICA), depois Companhia Portuguesa de Electricidade (CPE) e, por fim, Electricidade de Portugal (EDP). Francisco Almeida e Sousa também esteve associado à CIMNOR e à NOVA CIMNOR, SA.
A par dessa atividade, interveio ativamente na vida política, económica e cultural do país, em especial do Porto e do Norte, através da sua atuação como estadista e dirigente associativo, tanto no final da Ditadura como em Democracia.
Foi deputado pelo Porto à Assembleia Nacional (1967-1973), Vereador da Câmara Municipal do Porto (1972-1974) e Presidente da Assembleia Municipal do Porto (1981-1983).
Integrou os corpos diretivos da Associação Industrial Portuense (desde 1967), de que foi presidente interino em 1973 na sequência do afastamento, por doença, de Mário Borges. A presidência efetiva assumiu-a entre 1974 e 1982. Nesta instituição, renomeada Associação Empresarial de Portugal, foi também Secretário da Mesa da Assembleia-Geral (2008-).
Francisco Almeida e Sousa foi fundador e diretor da Associação Portuguesa de Fundição, criada em 1964, presidiu ao Grémio dos Industriais Metalúrgicos do Norte (1966-1969) e foi membro do Conselho Consultivo da Administração dos Portos do Douro e Leixões e do extinto Gabinete de Navegabilidade do Douro.
Na década de 60, momento em que o Plano Auzelle traçado para o Porto previa a destruição do bairro do Barredo, Almeida e Sousa e o Arquiteto Carlos Loureiro contestaram este projeto e encomendaram ao Arquiteto Fernando Távora os primeiros planos para a recuperação daquela zona ribeirinha.
Em paralelo com a defesa da iniciativa privada e do progresso do Grande Porto e da Região Norte, Francisco Almeida e Sousa também se assumia como um homem solidário e da cultura. Ao longo da sua vida tem associou-se a obras de apoio a crianças e jovens, sobretudo das zonas menos privilegiadas da cidade do Porto, de que constitui exemplo o Lar de Nossa Senhora do Livramento, por si fundado.
Presidiu à SOPORTHIS – Federação das Instituições de Solidariedade da Zona Histórica do Porto -, aos conselhos gerais da Fundação para o Desenvolvimento do Porto Histórico e da Maternidade Júlio Dinis e foi Presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social do Porto (UDIPSS- Porto) e da Direção do Centro Social do Barredo.
Colaborou em jornais, revistas e enciclopédias, de que são exemplo o diário "Jornal de Notícias", de que foi administrador, a revista mensal "O Tripeiro", que ajudou a relançar em 1981 e da qual foi diretor, administrador e honorário; foi autor de várias entradas da "Enciclopédia Verbo" e publicou as obras: Razão da navegabilidade do Douro (1980), Ideias e Lutas de uma vida (1994) e Pedra sobre Pedra (1999).
Foi presidente da Assembleia-geral do Museu da Indústria, que resultou de uma associação criada em 1993 pela Câmara Municipal do Porto e pela AEP, sedeado nas Moagens Harmonia até 2008.
Foi agraciado com a Medalha de Honra da Cidade do Porto (2006) e distinguido como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (2012).
Morreu no Porto a 17 de outubro de 2018.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2010)